Um automóvel é uma invenção maluca. Cem automóveis são uma novidade com tantos problemas de infraestrutura que tem cara de moda passageira. Dez mil automóveis dão a seus donos uma sensação de estilo e exclusividade. Um por família faz com que o urbanismo se reconfigure. Um por pessoa obriga todos a mudarem seu estilo de vida.
Um celular é ficção científica. Mil celulares parece capricho de gente rica, sem bateria ou sinal confiável. Um aparelho por família impacta o trabalho e a segurança. Um por pessoa muda indústrias e instituições que nunca o levaram a sério. Uma câmara em cada um redefine comércio, serviços, turismo, cidadania e privacidade.
Novas tecnologias impressionam exatamente por serem inéditas. Sua primeira versão costuma ser um trambolho que mal funciona, oferecendo, à custa de muito esforço, uma vantagem marginal com relação aos processos que substitui. Seu aperfeiçoamento é lento e irregular. Quando finalmente amadurecem, se tornam invisíveis. É exatamente nesse ponto que transformam a vida de quem tem contato com elas. Só se pensa na importância da energia elétrica ou do saneamento básico quando deixam de funcionar.
Ninguém levaria a sério alguém que dissesse que um produto inventado daqui a cinco anos seria, daqui a uma década, maior do que toda a internet. No entanto foi isso o que aconteceu com o YouTube. Criado em 2005, em 2010 ele ocupava, sozinho, mais banda do que toda a rede na virada do século.
Uma tecnologia é a manifestação física de ideias. Como toda ideia, pode dar errado por ser popular. É o que acontece com os adolescentes internados por problemas cardíacos derivados do excesso do consumo de energéticos. Ideias bem-intencionadas também podem falhar porque tornam possíveis novos problemas que jamais existiriam se elas não surgissem. Computadores e smartphones velozes e conectados permitem o trabalho ininterrupto e forçam seus usuários a jornadas de intensidade e duração nunca imaginadas. Em zonas de guerra, estilhaços de mísseis interceptados caindo aleatoriamente podem provocar mais danos do que os próprios mísseis.
A integração das tecnologias cria sistemas complexos e interdependentes. Por mais que sejam planejados para evitar danos, quando os improváveis se acumulam, os efeitos podem ser catastróficos. É o que se viu em Fukushima e Tchernobil, mas também é o que se vê em acidentes bem mais próximos, como a queda do voo AF 447.
Não faz sentido se opor à tecnologia. Isso é bobagem de rico. Quem está do outro lado da barreira da exclusão não pensa se deve adotar esta ou aquela máquina, mas simplesmente quando irá fazê-lo. É fundamental, no entanto, compreender a novidade. Ninguém de bom senso quer uma web com menos páginas, mas todos querem ferramentas melhores para selecionar a informação que existe lá. É por fazer esse filtro que Google, Twitter, Facebook e Wikipédia são populares.
Ideias, enfim, nascem para se procriar. Por mais que toda gestação possa camuflar uma gordura, o bebê é inevitável. Durante muito tempo, as técnicas foram como crianças, dependentes e previsíveis. A rede as colocou em sua adolescência. Quem não mudar o diálogo que tem com elas não terá como compreendê-las.
Um celular é ficção científica. Mil celulares parece capricho de gente rica, sem bateria ou sinal confiável. Um aparelho por família impacta o trabalho e a segurança. Um por pessoa muda indústrias e instituições que nunca o levaram a sério. Uma câmara em cada um redefine comércio, serviços, turismo, cidadania e privacidade.
Novas tecnologias impressionam exatamente por serem inéditas. Sua primeira versão costuma ser um trambolho que mal funciona, oferecendo, à custa de muito esforço, uma vantagem marginal com relação aos processos que substitui. Seu aperfeiçoamento é lento e irregular. Quando finalmente amadurecem, se tornam invisíveis. É exatamente nesse ponto que transformam a vida de quem tem contato com elas. Só se pensa na importância da energia elétrica ou do saneamento básico quando deixam de funcionar.
Ninguém levaria a sério alguém que dissesse que um produto inventado daqui a cinco anos seria, daqui a uma década, maior do que toda a internet. No entanto foi isso o que aconteceu com o YouTube. Criado em 2005, em 2010 ele ocupava, sozinho, mais banda do que toda a rede na virada do século.
Uma tecnologia é a manifestação física de ideias. Como toda ideia, pode dar errado por ser popular. É o que acontece com os adolescentes internados por problemas cardíacos derivados do excesso do consumo de energéticos. Ideias bem-intencionadas também podem falhar porque tornam possíveis novos problemas que jamais existiriam se elas não surgissem. Computadores e smartphones velozes e conectados permitem o trabalho ininterrupto e forçam seus usuários a jornadas de intensidade e duração nunca imaginadas. Em zonas de guerra, estilhaços de mísseis interceptados caindo aleatoriamente podem provocar mais danos do que os próprios mísseis.
A integração das tecnologias cria sistemas complexos e interdependentes. Por mais que sejam planejados para evitar danos, quando os improváveis se acumulam, os efeitos podem ser catastróficos. É o que se viu em Fukushima e Tchernobil, mas também é o que se vê em acidentes bem mais próximos, como a queda do voo AF 447.
Não faz sentido se opor à tecnologia. Isso é bobagem de rico. Quem está do outro lado da barreira da exclusão não pensa se deve adotar esta ou aquela máquina, mas simplesmente quando irá fazê-lo. É fundamental, no entanto, compreender a novidade. Ninguém de bom senso quer uma web com menos páginas, mas todos querem ferramentas melhores para selecionar a informação que existe lá. É por fazer esse filtro que Google, Twitter, Facebook e Wikipédia são populares.
Ideias, enfim, nascem para se procriar. Por mais que toda gestação possa camuflar uma gordura, o bebê é inevitável. Durante muito tempo, as técnicas foram como crianças, dependentes e previsíveis. A rede as colocou em sua adolescência. Quem não mudar o diálogo que tem com elas não terá como compreendê-las.
Nenhum comentário:
Postar um comentário