terça-feira, 8 de maio de 2007

Elaborando a condição judaica - Judaísmo - MOACYR SCLIAR

Diferente do que pensam os preconceituosos, o judaísmo está longe de ser uma coisa só, uma entidade monolítica (e conspiratória). A aproximação ao judaísmo varia amplamente: pode ser religiosa, pode ser tradicional, pode ser cultural. Nunca recusei minha condição judaica. Nascido e criado no Bom Fim, o bairro dos imigrantes judeus de Porto Alegre, desde muito cedo tive uma intensa vivência comunitária: ouvia falar iídiche, comia pratos da culinária judaica e, sobretudo, tive uma mãe judia daquelas de livro, superprotetora e alimentadora.
Mas isso não impediu que surgisse em mim a consciência da diferença e do estigma; a certa altura concluí que estava irremediavelmente condenado ao Inferno, onde queimaria por toda a eternidade. Muitos anos de vida (e muitos anos de análise) ajudaram a superar este e outros conflitos; hoje tenho orgulho do meu judaísmo.
Não sou religioso, mas a condição judaica vincula-me a uma rica cultura, exemplificada por nomes como os de Marx, Freud, Kafka, Benjamin, Bashevis Singer, Einstein e Chagall, que marcaram nosso mundo. E, conflitos à parte, o Estado de Israel é um exemplo de dinamismo e de progresso. Um provérbio em iídiche diz que "é duro ser judeu". Verdade. Mas é gratificante também.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esqueceu-se de comentar que uma outra característica do judaismo é o de serem assassinos natos de crianças, velhos, indefesos e tudo mais.