domingo, 6 de maio de 2007

Apagão celular - ELIANE CANTANHÊDE

Só para citar dois pólos: os celulares são campeões de reclamação no Procon tanto do rico São Paulo quanto do pobre Sergipe.
Antes de optar. consulte a lista das mais denunciadas. E fuja!
As reclamações vão desde problemas nos aparelhos (defeitos, falta de peças...) até a prestação de serviço pelas operadoras, que vai de mal a pior. Inclusive porque elas dão de ombros para o que seriam os controles de Estado, como a Anatel, agência reguladora, e os próprios Procons. É como se estivessem acima das instâncias de defesa do consumidor -leia-se: contribuinte.
As suspeitas/acusações são de jeitinhos para cobranças indevidas, exorbitantes. As contas não chegam em domicílio. Se você tenta por telefone, passa por verdadeiras sessões de tortura. Se busca pessoalmente nas lojas, só contêm o total, sem detalhar os gastos.
Para ter a conta completa, é preciso senha, uma espera que pode durar duas, três horas e ainda muita paciência para enfrentar a falta de paciência do funcionário. Sabe como é: se a empresa está acima do Estado, o funcionário está acima de você. Simples assim. No final, aparece uma conta milionária.
Você pode fazer uma, duas, dez reclamações protocoladas na empresa, durante meses a fio, indo de um ano a outro, e nada. Aí, você recorre à Anatel e descobre que é preciso uma Anatel da Anatel, que não resolve nada. Aí, você cai no Procon, que resolve para uns, não para outros. Aí, só resta a Justiça -e você sabe como a Justiça é.
Depois de cancelada a conta, pior ainda: a fatura do "resíduo" não chega, seu número não está mais no sistema, o débito vira juros e correção e você pode gritar, se esgoelar, enfartar, mas não vai conseguir... se desvincular da empresa. O cancelamento foi em março? Prepare-se para ficar pagando "juros" até junho, julho...
Kafkiano? Que nada. Kafka é fichinha perto disso.
PS - Saio de férias. Até a volta!

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